Domingo, 27 de maio de 2012
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As condições favoráveis do clima estão beneficiando o desenvolvimento das
culturas de inverno e da segunda safra de milho no Paraná. Nova avaliação de
área e expectativa de produção aponta que o Estado se prepara para colher cerca
de 10,2 milhões de toneladas de milho da segunda safra este ano, a maior da
história nesse período do ano e 60% superior à safra anterior.
Entre as duas safras do ano serão produzidas 16,7 milhões de toneladas de milho, o que
indica que de todo o volume de grão que será colhido na safra 2011/12 no País,
cerca de 46% sairão do Paraná. O Brasil deverá produzir em torno de 36 milhões
de toneladas de milho em 2012.
A informação consta no levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do
Abastecimento, divulgado nesta sexta-feira (25/05). Com a reavaliação das
culturas em campo, realizadas neste mês de maio, a expectativa de produção de
grãos da safra 11/12, considerando as safras de verão e de inverno, vai a 31,4
milhões de toneladas, acima da expectativa do mês anterior que previa uma
produção de 31,2 milhões de toneladas.
Para o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, se o produtor perdeu com a soja precoce, que foi
seriamente prejudicada pela estiagem que aconteceu entre o final de 2011 e
início de 2012, agora está conseguindo compensar com o desempenho do milho
safrinha, que apresenta condições mais favoráveis de desenvolvimento.
Na reavaliação, a área plantada com milho safrinha avançou de 1,98 milhão de
hectares estimada no mês passado para 2,02 milhões de hectares. O clima está
ajudando e a expectativa é de aumento na produtividade, que poderá surpreender
se não houver problemas de clima durante os próximos 20 dias. Daqui para a
frente, até a colheita que deve se intensificar em julho, o período é
considerado suscetível para a cultura por causa da possibilidade de ocorrência
de geadas, explicou Simioni.
FEIJÃO - O feijão da segunda safra já não apresenta o mesmo desempenho do milho, mesmo com a regularização do clima. A
cultura foi afetada pela estiagem no início do ano e pelas baixas temperaturas
registradas no Sudoeste do Paraná. A previsão aponta para uma quebra de 14% na
produção.
A estimativa era colher 404.943 toneladas de feijão da segunda
safra, mas devem ser colhidas 346.778 toneladas, uma redução de 58.165 toneladas
em relação à expectativa de produção divulgada no mês passado.
TRIGO - Também houve reavaliação da área ocupada com trigo, que aponta uma redução de
25% em relação à área plantada no ano passado. O trigo deverá ocupar em torno de
792.226 hectares, a menor área plantada no Estado nos últimos 25 anos. A
produção esperada está em torno de 2,02 milhões de toneladas, 7% menor do que o
ano passado. Esse volume só não será menor porque no ano passado teve geadas que
prejudicaram a cultura na fase de colheita, disse.
COMERCIALIZAÇÃO - Com exceção do trigo, cujo reajuste do preço mínimo não convenceu o produtor
paranaense, nas demais culturas as cotações superam o custo de produção e muitas
vezes estão surpreendendo como no caso do feijão e soja. O feijão de cor está
sendo cotado a R$ 165,00 a saca e o feijão preto a R$ 98,00 a saca, que é
considerado um preço excelente para o produtor.
A reação no preço do feijão ocorreu em função na perda de produção ocorrida na segunda safra. A
cotação atual é considerada duas vezes e meia o preço da soja e a margem de
rentabilidade também supera ao preço da soja, calculou o economista do Deral,
Marcelo Garrido.
A soja também está com boa cotação no mercado, sendo
cotada a R$ 56,00 no mercado doméstico. Com o fim dos estoques de soja este ano,
o mercado acelerou a venda antecipada do grão. Cerca de 15% da safra 2012/13 que
ainda nem foi plantada já está vendida. Em anos de comercialização normal esse
percentual é alcançado no final de agosto e início de setembro, disse Garrido.
O milho está sendo vendido por R$ 20,69 a saca e a comercialização do
grão também está sendo antecipada, situação que normalmente não acontecia em
outros anos. Na visão dos técnicos do Deral, o mercado quer se antecipar à
ocorrência de possíveis geadas e por isso está fechando contratos antes para não
ser surpreendido com reação nos preços, depois.
Além disso, há a tendência de aumento nas exportações de milho. Este ano cerca de 11 milhões de
toneladas de milho deverão ser exportadas, e com a possibilidade da entrada de
grandes consumidores, como China, União Europeia e Estados Unidos, comprarem
mais milho pode ocorrer uma reversão na expectativa de redução no preço até o
final do ano, avaliaram os técnicos.
Fonte: AEN